domingo, 25 de março de 2007

Fome de que?

Comer! O prazer, a vontade louca, o descarregar a ansiedade, o medo, a privação, padrões a serem seguidos, um momento de compartilhar, confraternizar, lembrar.

São tantas as coisas que estão ligadas ao simples ato de comer que vai muito além de falar de sabores ou nutrientes. Há muito a alimentação deixou apenas suprir as necessidades fisiológicas dos seres humanos. Ela carrega a cultura nos diferentes pratos das nações, regiões, cidades, grupos e indivíduos. Transformou-se em arte, desde a elaboração e decoração de um quitute, até a junção com as artes plásticas, o que gerou uma nova tendência na Europa, a “gastrocultura”, segmento que une a obras artísticas elementos gastronômicos.

O alimento carrega signos que foram passados e acrescentados ao longo dos anos, que são usados na literatura, na música, em festas e religiões. Ele é símbolo de união, quando uma família se senta à mesa, ou quando é pretexto para reunião de amigos no fim de um dia de trabalho. Simboliza o compartilhar nas campanhas de arrecadação de alimentos e o amor na relação de dependência e no cuidado entre mãe e filho. Pode também ser o sinal de crise em uma sociedade rodeada pela antítese de obesos e anoréxicos, provenientes da cobrança de um padrão a ser seguido, ou do stress do dia a dia.

Vital para nossa sobrevivência? Sim. Mas vai muito além da simples existência física. Sem ela, a cultura e as relações sociais não seriam as mesmas. E sabemos que o sobreviver vai muito além do estar vivo.

É por isso que escolhemos como tema desse blog. Porque sacia diferentes fomes. Fome de que? De aprender, de cultura, de sabor, de prazer, de se libertar.


Por Talita Silveira

A coluna Viagens na Maionese é postada todos os domingos

9 comentários:

Bianca Hayashi disse...

Que bonito o blog! Todo verdinho!!!
E eu ainda me pergunto... como podem as garotas (e garotos também, mas em menor escala) deixarem de saborear o prazer de comer em busca de um padrão inatingível de beleza física?

Beijos!

Marina Gurgel disse...

hmmmmmmm.... já gostei desse blog!! Concordo com a Bianca, mas acho que o prazer de comer tem que tender pro saudável. Afinal ,existem outros prazeres, e comer demais dá indisgetão

Cibele Lima disse...

Infelizmente o saudavel não é a razão da preocupação em se comer bem, e sim o padrão ditador de magreza extrema e absurda...
Onde está o saudável se tudo o que nos cerca é altamente industrializado? quantos de nós tem o privilégio de comer saudavelmente e de forma correta, ou seja,sem pressa, com pessoas que nos fazem bem...
Eu tenho fome, e sabe de quê? Do fim da neurose em busca de uma beleza que cega os olhos de todos!

Excelente texto Talita. Lindo blog hein meninas?!! rrssss
bjokas

Unknown disse...

Gostei do blog. Penso que as familias hoje, deixaram de se reunir à mesa para saborear aquela comidinha preparada com tanto amor e poder juntos, além da alimentação, poder estar em comunhão, conversando amigavelmente. É uma pena. Como tenho os meus filhos já casados, procuro reuni-los no almoço de domingo, para mantermos um relacionamento bacana. Chega de lanche!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

só pra vc não falar q o seu irmão mais chato não entra nesses negocios modernos!
eu prefiro roça mesmo, i daí?
Bjos mana!!

Ana Flavia Cardia disse...

aahn mas esse foi o achado do século pra mim!!
Tatá.. que saudade de vc!!
gostei mto desse texto.. e já vou colocar link pro meu!

e esse tema é muito bom...
melhor ainda pra se ler na hora do almoço.. rs...

beijos

L. G. Freire disse...

haha me lembra o episódio carioca da Coxinha.

"-Já é! Tem coxinha DE QUÊ? De franguinho, camarãozinho, DE QUÊ"
"-Tem de frango, ...."
"-ODEIO coxinha! ODEIO!"

RDS disse...

Obesos e anoréxicos? Tá me chamando de antítese? heheheh

Anônimo disse...

olha soh, agora a tia camponesa tah com estudo? Naum eh mais a mesma...