sexta-feira, 30 de março de 2007

Mãe, eu tô gorda?


Uma frase que nós, provavelmente, não costumávamos usar quando crianças e nem ouvir de nossos amiguinhos. Brincar na rua, comer doces e guloseimas...esse sim era nosso objetivo de vida!

Confesso que até pouco tempo, antes de ser mãe, eu achava a questão da obesidade infantil sem sentido e um modo de manipular até as crianças para um padrão de corpo e de modo de vida estereotipados. Afinal de contas, uma criança gordinha não é necessariamente um adulto obeso. Engano meu... e de muitas pessoas!!

A obesidade aumentou muito entre as crianças, tendo se transformado em uma doença de conseqüências graves: diabetes, hipertensão, elevação dos índices de colesterol e triglicérides, tendência à coagulação acelerada do sangue e aumento da produção de insulina. Um adolescente obeso, por exemplo, tem de 70% a 80% de chances de se tornar um adulto com excesso de peso.
Duas em cada dez crianças entre um e nove anos estão acima do peso, só no Brasil são aproximadamente seis milhões, sendo que 50% dessas crianças obesas se tornarão adultos obesos.

As causas da obesidade infantil são, em partes, conhecidas por todos mas ao mesmo tempo não há uma intensa campanha de saúde abordando esse tema. Estimular as crianças a desenvolverem atividades físicas ajuda a diminuir o risco da obesidade em 10%, o que é significativo.

Mas é importante também deixar que a criança escolha o que quer praticar, para que não crie uma repulsa aos esportes. A televisão aumenta o risco de obesidade infantil não só por desviar a criança da atividade física, mas por induzir a ingestão de alimentos calóricos através dos comerciais que incentivam o consumo de doces, chocolates, refrigerantes e outros de nível calórico elevado. Parece teoria da conspiração? É bem pior!

E se cortássemos os doces e alimento mais calóricos, assim como muitos adultos fazem em dietas malucas? Com crianças esse procedimento não é adequado, pois, se cortamos a gordura da dieta da criança existe uma tendência a aumentar o consumo de carboidratos como pães, doces, chocolates, batata frita e salgadinhos e, além disso, nos dois primeiros anos de vida a criança precisa de gordura para o desenvolvimento do cérebro e órgãos.

É importante saber que a obesidade infantil também causa problemas psicológicos nas crianças, que são tão graves quanto os problemas físicos. A criança desenvolve uma baixa auto estima, por não se adequar ao modelo de beleza imposto pela sociedade e por isso começa a se afastar das atividades de grupo e esportivas.

Essa é uma questão muito séria, e é por isso que estamos conversando a esse respeito. No Brasil, um país de terceiro mundo, o que vai além das fronteiras brasileiras, é que passamos fome, que há muita desnutrição, etc. É importante saber que a forma correta de alimentação das crianças refletirá em adultos saudáveis e com melhores condições físicas e psicológicas. Quantos adultos obesos hoje poderiam ser poupados se o assunto tivesse maior atenção anteriormente? Parece algo distante de você? Mas não é, na América Latina, o total de obesos supera o de desnutridos. No Brasil, o número de pessoas acima do peso dobrou nas últimas três décadas e já afeta setenta milhões de habitantes. Desses, dezoito milhões estão até quarenta e cinco quilos acima do peso ideal – são os considerados obesos mórbidos, ou seja, os que acumulam a gordura que pode matar.

Algumas dicas vão nos ajudar a estar mais atentos e, principalmente, ajudar na conscientização da saúde infantil quanto a alimentação.
- A criança deve cultivar bons hábitos alimentares desde cedo.

- O consumo de frutas e verduras deve ser estimulado logo que a criança saia do aleitamento materno.

- Não utilize o alimento como Recompensa nem como Punição. Ex: comer toda a sopa para depois ganhar o doce de sobremesa. A criança vai entender como a sopa sendo lago ruim, mas que deve ser comido para que ela tenha o bom e gostoso (doce).

- Dê o exemplo: A criança come “mal” porque aprendeu com alguém, foi ou está sendo ensinado e autorizado por alguém. Ex: dar dinheiro para comer lanches, ou ficar o tempo todo na frente da televisão.

- Por fim, para se prevenir a obesidade, é necessário que toda a família tenha uma alimentação saudável.

Que papinho de mãe não? Viu Anita, como você mudou a vida da mamãe ? (hahaha, espero que ela leia!)

É galera, mas a coisa é seria, muito séria. Se você não pensa em ter filhos ou se é alérgico a crianças (espero que não hein!), fica aí um toque sobre a obesidade infantil que, antes de qualquer coisa, é um assunto super interessante e que gera boas discussões, saciando nossa fome de novos assuntos críticos.
Aliás, você concorda com tudo isso que escrevi? Um abraço bem doce...Opa! Sem exageros!!

Cibele Lima posta todas as sextas-feiras na coluna Criança

2 comentários:

Rose Soler disse...

É isso aí Ci, concordo plenamente com tudo o que vc disse. Se bem que sempre comi tudo errado, mas fazer o que?hehehe
Mas realmente não pretendo repetir em meus filhos os erros que cometi comigo mesma....

Jéssica Santos disse...

Ci muito bom, olha olha nosso blog ta ficando chic
hahaha