Coelhinho da Páscoa que trazes prá mim....

Especial Semana do Chocolate

A Páscoa, um dos feriados mais aguardados, depois do Natal, está chegando. Nestes dias que a antecedem, o mundo adquire uma tonalidade bicolor: torna-se marrom e branco. Para todos os lugares em que se olha ele está lá: o chocolate, em suas várias formas: ovos, cenouras, baús, moedas, bombons... Diversas formas, para todos os tipos de gostos e bolsos.

Um mundo novo de sabores, texturas, cheiros e recheios surge ao nosso alcance. Mas para termos acesso a esse novo mundo basta apenas que tenhamos dinheiro (a máquina que move nosso mundo capitalista), e muita paciência, para enfrentarmos lojas lotadas, crianças enebriadas com o aroma do chocolate e com a impaciência destes e de nossos pais.

Durante pelo menos um domingo ao ano todos os excessos são permitidos, e até apreciados. Deixam-se de lado as contagens de calorias, os exercícios aeróbicos e a alimentação saudável para "cair de cabeça"na doçura do chocolate. O fim do domingo traz consigo á volta á realidade das dietas e da alimentação "saudável", mas sempre consumindo os "restos da Páscoa".

O poder da mídia é tão grande que ela foi capaz de alterar o significado da festa, retirando-a de seu contexto originalmente religioso para um contexto comercial, movido pela intensa venda de chocolates.

Mas o mais curioso não é este fato, e sim como ela pode ser ambígua, pregando na mesma publicação uma adoção de uma alimentação saudável ao mesmo tempo que estimula o consumo do chocolate, nos bombardeando com todo tipo de ovos de chocolate, embora tente englobar todo tipo de consumidor, ao apresentar opções das mais simples às mais caras, além daquelas destinadas a pessoas com restrições alimentares.

Esse fato, para mim, não é apenas curioso, como também é preocupante. Ao atribuir um valor tão intenso a algo como o que é dado ao chocolate durante a Páscoa, esse objeto adquire uma aura de superioridade, torna-se algo quase que indispensável para nossa vida.

Isso, de certa forma, aumenta ainda mais a barreira que separa as classes sociais em nosso país, pois aqueles que ganham um salário mínimo fazem todo e qualquer tipo de sacrifício para que seus filhos tenham também o direito a um ovo de chocolate, por menor que ele seja.

Os que não possuem renda muitas vezes fazem de tudo para satisfazer o desejo de seus filhos, sobrinhos, netos ou enteados. Já alguns"bem-nascidos" gastam uma fortuna em uma simples caixa de chocolates...

Enquanto uns apreciam um bombom como se fosse seu maior tesouro, outros se empanturram de chcolate pensando, enquanto comem, em como vão se livrar de todas aquelas calorias...

Coelhinho da Páscoa que trazes prá mim.... um ovo, dois ovos, três ovos assim... mas não esqueça o laxante....
Coelhinho da Páscoa que cor ele tem? Azul, amarelo e vermelho também... oba!!!!!!

A coluna Viagens na Maionese é postada todos os domingos.