segunda-feira, 16 de abril de 2007

La recherche continua...

Continuando no tema literatura francesa da semana passada, daremos um salto da Idade Média para o século XX, para falarmos de Em busca do tempo perdido (À la recherche du temps perdu) de Marcel Proust.

O romance é sem dúvida, um dos mais consagrados clássicos da literatura, daqueles que os críticos afirmam que não se pode morrer sem ler. Eu confesso que ainda não li nenhum dos sete volumes que formam a obra, o que me limita a comentá-la superficialmente.

Bem, podemos resumi-la grosseiramente, como a história de um homem que revivendo seu passado, conta a sua vida e a de outros personagens. É um típico romance do século XX, onde o discurso se sobrepõe aos fatos e ações na narrativa, assim como Ulisses de Joyce.

E onde entra a comida? No primeiro volume - “No caminho de Swann”- durante um lanche, Proust (trata-se de uma espécie de autobiografia) molha no chá uma “Madeleine”, que o faz lembrar-se de sua infância e a partir daí ele resgata a memória e analisa a sua vida.


O biscoito provoca uma epifania no personagem que diz: "Cessara de me sentir medíocre, contingente, mortal. De onde me teria vindo aquela poderosa alegria?". E a partir disso a “busca” começa.

O que o autor nos faz perceber é que a partir de um aroma ou do paladar podemos resumir momentos, sentimentos, relembrar histórias e enfim resgatar o que outrora estava esquecido. Nos mostra o poder da comida na vida, e na arte, já que é a partir de uma simples combinação de chá com biscoito que Proust cria sua obra prima.

Livia Lima posta todas as segundas-feiras na coluna Cultura

8 comentários:

Gisele Brito disse...

esse blog é muito bacana...e da uma fome danada

Cibele Lima disse...

hum... sabe um biscoito de aveia e ...sei lá o que, que é muito bom....ai esqueci o nome...é da nestlé...rs
sempre que tenho a oportunidade de comer (ou só de ver alguém comendo)minha infância volta....ai q saudade boa!!!!
Lívia...imagine uma análise sua depois q vc ler os volumes hein!!!!
parabéns
bjs

Elena Oliveira disse...

Balas 7 Belo e Juquinha lembram muito minha vó, através dessas balas, tb, ela não morre nunca pra mim, eu lembro de qdo ia criancinha na ksa dela e ela mandava eu encher a mão daquelas balas... e cheiro de perfume ou música, que te lembra momentos ou pessoas??? Potz, isso é mto louco,não é mesmo?

Talita Souza Silveira disse...

Pirulito de coração tem gosto de infância...hehe.Cheiro de bolo de Laranja me lembra Araraquara - SP. E tem muito mais...a comida faz a gente viajar...eu q ja viajo normalmente então, nem se fale...hehe

Bianca Hayashi disse...

Ah, o famoso post do famoso livro que você comentou na aula!
Interessante, todos deveriam ler clássicos...

Lívia Lima disse...

Bi esse negocio e complicado...mas eu fico com a resposta de Italo Calvino: Por que ler os classicos? Porque e melhor le-los do que nao le-los...

Anônimo disse...

Os críticos dizem que este é um livro que você não pode morrer sem ler. Se eu pudesse nascer de novo, ia pedir pro Papai do Céu me dar mais gosto por livros e filmes. Passo meio longe deles dois.

Mas é isso aí!
Esse é um dos blogs que eu gosto de dar uma fuçatilas!!

Beijotilas!!

Rose Soler disse...

Clássicos... Porque tenho problemas em começar e terminar de lê-los? Gostaria de entender, já que falam tão bem deles... mas deixa isso prá lá.
Agora, gostinho de infãncia eu sinto quando penso em Dip Lik. Aquele pirulito com açúcar sabor uva era maravilhoso!!!!!!

Bjs