quinta-feira, 26 de abril de 2007

Brasileirinha (du chorim ao torresmim)


Especial Semana da Cachaça

A cachaça, iguaria que mereceu uma semana especial, foi por muito tempo marginalizada, desvalorizada. Sabe por quem? Por nós, os brasileiros, os donos dela. Sim, temos a mania de exaltar o do exterior, e a pinga, não só é daqui, como era a bebida da senzala, depois dos pobres e dos bêbados, por que mereceria destaque? Santa ignorância!!

Na semana de 1922 tentaram resgatá-la (e não tiveram muito êxito) depois alguns artistas com a “cultura de botequim”, a vida boêmia, conseguiram levantar um pouco sua moral, mas o preconceito continuou. Pois saiba, isso está mudando.

Mas isso é assunto que a Elena vai falar no sábado (não perca!). Eu deveria falar sobre as marcas, as boas marcas, como filha de mineiro, falar dos famosos alambiques de lá, ou de como aprecia-la, mas não domino o assunto, nunca nem experimentei cachaça pura (igual a Rosangela). Por isso escolhi dissertar sobre coisas que conheço bem, e que sem elas, talvez a nossa aguardente não fosse a mesma, seus acompanhamentos.

O bom apreciador de cachaça sabe que por mais que ela tenha graça sozinha, acompanhada é muito melhor. Nada como degustar quitutes como torresmo, batata ou mandioca fritas, iscas de carne, frango ou lingüiça, amendoim torrado, ovo de codorna, escondidinho, e até um “quejim” mineiro bem temperadim. Esses são alguns dos elementos de uma lista enorme que compõe as famosas “comidas de boteco” (qualquer dia posto falando mais sobre elas)

Com influências das culinárias de diversas regiões do país, brasileiros de canto a canto se reúnem em volta de uma mesa para um “ritual” brasileiríssimo de degustação, tanto da bebida, e suas diversas misturas, como dos pratos que são servidos juntos.

Imagine um bar aconchegante, tocando chorinho ao fundo e um cardápio de dar inveja, com as delícias típicas desde entradas a sobremesas. Uma overdose de cultura nacional, um desfrute nosso que estrangeiros pedem cada vez mais. Não só pela bebida, mas pela combinação que só nós sabemos fazer (como misturar com limão,tive informações que até na Áustria nossa Caipirinha faz sucesso).

Sim, quem vos escreve é a mesma que elogiou os hambúrgueres americanos e os chocolates belgas, eles merecem, mas nossas comidas de bar, nossa feijoada, feijão tropeiro, bife a cavala, arroz carreteiro, queijo e goiabada, tapioca, não deixam nada a desejar, pelo contrário.

Assim como estamos recuperando o valor da cachaça como bebida do Brasil, recuperemos também seus acompanhamentos...Numa mistura deliciosa e brasileiríssima de bebida, comida e música que só nós sabemos fazer. E viva o Brasil!!!

Talita Silveira posta todas as quintas-feiras na coluna Gastronomia

4 comentários:

L. G. Freire disse...

Ta"light"a, vc sabe se carne de cavalo é especialidade mineira tb? Dizem que no Eddie andam vendendo agora :P

Elena Oliveira disse...

Hhmmm Talita, mas ao menos agora vc está "mais íntima da cachaça" (nem que seja só pelo post né)... (haha, q sem graça). E atenção pessoal, não percam eu amanhã postando sobre a relação dos gringos com nossa originalíssima aguardente, tudo sobre exportação da cachaça e como as vendas do produto mivimentam a economia.

Anônimo disse...

Kd as atualizaçoes do imagens descontroladas?

Vivian disse...

comida de boteco, eta coisa brasileira que me faz ter orgulho desta nação... nada como um caldinho de feijão... ai, água na boca... bom, né? minas deve ser um lugar muito bom pra comer... um dia eu vou pra lá ser feliz... no sul a falta de tempero nas comidas é deprimente... por isso lá todo mundo é magro, a comida é sem gosto... beijo! e dá uma comentada lá no paranóia!